Nota pública - OAB SP manifesta preocupação com cursos de Direito a Distância
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de São Paulo, por sua Comissão Especial de Ensino Jurídico, manifesta preocupação com a notícia veiculada pela revista eletrônica Consultor Jurídico (Conjur) de que o Ministério da Educação e Cultura (MEC) está avaliando autorização para cursos de Direito a Distância (EAD).
A formação jurídica é complexa e demanda uma série de atividades e disciplinas que não se compatibilizam com o ensino a distância. É preciso ressaltar que o curso de Direito oferece uma formação técnica, que forma bacharéis para atuarem em profissões de grande impacto na sociedade, na vida dos cidadãos, como juízes, promotores, procuradores, defensores e advogados.
A qualidade do ensino jurídico no Brasil já é bastante comprometida, o que se deve, em grande parte, ao excesso de cursos jurídicos oferecidos, que são mais de 1.600, com aproximadamente 800 mil alunos de Direito.
Os índices de aprovação na OAB demonstram que a maioria dos cursos existentes – todos presenciais – não atingem níveis mínimos de formação profissional. A reprovação no Exame de Ordem gira em torno de 80%; e a aprovação, portanto, em 20%.
O quantitativo de bacharéis que não conseguem qualquer colocação profissional na área jurídica já é imenso, formando grandes quantidades de pessoas que investiram tempo e dinheiro em um curso que não lhes ofereceu condições mínimas de inserção no mercado de trabalho.
A OAB São Paulo e sua Comissão de Ensino Jurídico têm então como absolutamente temerária a abertura de mais cursos de Direito – e desta vez na modalidade a distância – que não se mostra compatível com o zelo pela qualidade dos cursos superiores que se espera do Ministério da Educação, a qual – reitere-se – não vem sendo alcançada pela maioria daqueles que são ofertados na forma presencial.
Comissão Especial de Ensino Jurídico da OAB SP